Arrábida abandonada à sua sorte

Não bastavam já as muitas ameaças que impendem sobre a Serra da Arrábida. Muitas delas fruto da ganância de empresários e da miopia das autoridades. A começar pela cimenteira, que se eterniza por lá, parasitando os seus recursos, abrindo medonhas crateras, atirando para o ar que respiramos fumos suspeitos e cinza doentia. Depois, as pedreiras, uma chaga a céu aberto, uma monstruosidade sem freio, cheia de gula, que vai devorando a Serra. Como já não bastasse tudo isso para nos inquietar, agora, com a “democratização” do uso das motos, que atroam no sossego da Serra ao fim-de-semana, soam todos os alarmes. O que se está a passar com este frenesi motoqueiro raia o absurdo. A estrada de cima da Serra da Arrábida transforma-se, aos Sábados e Domingos, numa pista de alta velocidade. Estamos a falar da nossa Arrábida. Daquela dádiva extraordinária que a natureza nos legou e que nos torna a todos responsáveis pela sua salvaguarda e preservação, no espírito e no respeito pela sua delicad...